sábado, 6 de outubro de 2018

Para os outubros do porvir (ou Por que o mar não tá pra peixe)

Estou com este texto nascido das entranhas da cabeça tem pelo menos três dias que são mais noites. Não vou pedir desculpas por ser textão. Sou alienígena do tempo em que escrever era ato de liberdade-liberta. Lia quem queria. Não querendo ler não precisava desmerecer. Então, não tem que pedir desculpas por algo que quero ser e fazer. Também não precisa ofender por ter preguiça de se ater a reflexão do outro. Se quiser sair saindo, pode sair. Fique a vontade.
Daí que o textão é pra falar do que tá calado desde o início dos processos eleitorais deste dois mil e dezeoito de meu deus e do capeta. Por que assim: já tenho meu candidato desde que ele se manifestou por ai, candidato, mesmo com o lulalá possibilidade que não foi-sendo. O fato é que daí, não vou contar mentirinha de dizer que a gente não entra na pilha de um voto-útil inútil (sem Ultrage, por favor) perante o inominável. Mas, rodei-rodei nos pensamentos, ouvi conversas virtuais e desvirtuadas. Presenciais e Intergalácticas.  Vi que o terror que se faz sobre os fatos insalubres é mais eficaz por sua temerosidade (#Foratemer) do que necessariamente sua eficácia real. Assim caminha o fascismo e a des'umanidade. Então, o textão é pra fazer uma declaração de voto, sendo que vou continuar sendo franca com aquilo que acredito ser o mais próximo do que quero pra mim, pros e pras que amo e praqueles que insistem em odiar.

Voto em Guilherme Boulos e Sonia Guajajara, 50, presidentes!
Voto em Professora Lisete, 50, pra Governadora de São Paulo. Por que eu sou professora. E, uma vez Flamengo, Botafogo... Na real não é só por isso. Mas daí o textão vai virar tese.
Vou continuar votando no Papito, 131 pra Senador. Ele é meu voto de tradição e senilidade. E por que não suporto lembrar que o Laércio se elegeu senador no pleito anterior e #ELENÃO!
Vou votar Professora Silvia Ferraro 500 pra Senadora 2. Por que igualdade de gênero não é ideologia, mas direito.
Vou votar Douglas Belchior 5075 pra Federal. Pela ZL de onde sou cria. E de onde sempre serei. Mas sobretudo pelo enfrentamento do genocídio e encarceramento de jovens negros no BR.
E como fiz na última eleição pra deputada, votaria com o coração que é de Leci Brandão 65035 pra Estadual em reconhecimento à sua trajetória de lutas nos campos social e artístico, mas vou de Bancada Ativista 50900 dessa vez, por ser testemunha no RJ, da interessante experiência da Mandata liderada por mulheres negras como #MarielleFrancoPresente! e por acreditar e vivenciar este tipo de organização e militância coletiva.

Este é o plano pro primeiro tempo da partida. Não tenho a ilusão de ver meus votos pra presidente e governadora representados no segundo turno. Votar pro governo de São Paulo é cada vez mais tenso e se a inacreditável configuração que se esboça pra presidência realmente se efetivar no segundo turno, espero contribuir para eleger Haddad e Manu, 13. Sobre Ciro, ainda não consigo deixar de vê-lo como um coronel e a aliança com a Katia não está sendo fácil de digerir, por que não fui eu quem disse, mas sei que o agro é tóxico e mata.


Como não podia deixar de ser, nossos livros são os discos não necessariamente nesta mesma des-ordem e progresso (?). Vamos continuar a ler, ver, ouvir.  E a remar.

A luta continua, companheires!




domingo, 3 de junho de 2018

Madrugando a trabalho depois de dias a fio com a filhota mamona juntando mais dois dentinhos aos 8 do sorriso sapeca de 1 ano e 1 mês no último dia 30. Sono mais constante hoje dela, enfim, o fato é que eu tava voltando umas fitas sonoro-musicais e olha, vou te falar, tem que tar muito na gana. Com outonos ou primaveras entre os dentes, a natureza é mãe e a Lurdez lança luz entre alienígenas e alienações. Na vinheta, um salve praqueles e praquelas que tombaram a carreta do Parente no meio da pixsta.


Ah, pode dançar

segunda-feira, 31 de março de 2014

Bisbilhotando


Poetas ou poetisas,
[são aqueles que sabem dizer o que se sente
quando o vento parece soprar todas nuvens que encobrem o céu
para que se possa fazer a vontade daquela que parece ser a única
a querer ser vista
por meio dos olhos das gentes vivas].
Eu não.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Matemática-mente falando



Das coisas da criação musical e da canção popular no Brasil:
(E, claro: das coisas da minha cabeça):

?Como é que um termo pode ser-vir (a ser) tanto para dizer do prestígio e da condição liminar de alguém?

No populacho, a seguinte equação:

Sendo: Bamba = prestígio, honra, poder
            bamba: vulnerabilidade

                                       Bamba = a versus bamba.
                                       Ou B = b quando B # b.
                                       No fim, dá exato.

                             

 A-corda!


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Aos seis de janeiro

Ansiosa.
Pelo fim de um livro que não chega ao fim embora o fim esteja perto.
Pensou sem pensar - que é um jeito não-sistemático de sistematizar o pensamento - em pautar numericamente as férias sem férias - ou falar da quase primeira semana do ano que começou sem que o outro tenha terminado. Eis aqui, na pessoa primeira, egocêntrica:

1. Acabo de ler um relato de viagens de tom descompromissado. Um jeito bom de estudar em mês de férias que só chegam depois que o meses de férias acabarem, ao menos pra mim.

1. a) Que é um jeito bom também de preparo ou aperitivo para ingressar num outro relato de viagens a quem a história da antropologia deu ares de cânone e, portanto, metodologia consagrada.

Quanto ao 1.a): quando você pensa no conteúdo de livro sendo método, fica bem mais difícil de ler.
Acerca do 1: boa literatura de viagem é o modo mais próximo que nossa civilização dispõe de teletransporte.

2) 5 dias do ano novo contemporâneo e nenhum email que valesse a pena - email no sentido estrito do termo, sem cutucadas, esbarradas ou comentadas faceibucações.

3) Hoje é o dia de santos reis e finalmente um email que valeu a pena. Pode ter sido coincidência. Mas fica difícil de acreditar depois de lições de magia ritual em antropologia descompromissada . Eu disse, descompromissada, o que é apenas uma característica de estilo e não de qualidade. Além do mais, hoje é dia de sementes de romã na carteira, de desmontar árvore de Natal, fazer promessa, renovar votos, etc. Ah, chegaram também boas notícias de amigos, o que sempre é bom.

4) Gosto de literatura e antropologia, literatura em antropologia e antropologia em literatura e a depender do contexto cultural tratado, religião e magia são inevitáveis. Amém, Oh Glória, Saravá!

5) A música é a primeira, egocêntrica, porque afinal é dia da Festa. Mas o álbum vale a pena. Inclui a manjadinha "Não quero dinheiro" (só quero amar) não necessariamente nessa mesma ordem e "Não vou ficar" que o Kid da Abelha teve a audácia de regravar. Isso sem falar de "Eu preciso aprender a ser só" imortalizada por Elis imortal. Mais duas faixas na língua do Tio San que o Tim tanto cantou e viveu. Em "I Don't Know What To Do With Myself" fica gostosa a intromissão do vocal feminino hablando em português como se não tivesse nada a ver com aquilo, comprovação que vem em "Meu país" utópico com lutas e sem distinção de cor para que o amor possa fluir. Tudo isso sem perder o tom romântico estilo mela-cueca que do qual o Tim é assumidamente re-conhecido. E também tem a bonita "Você" que sempre me faz lembrar da segunda colação de grau da minha vida - a primeira foi no prezinho (pré-escola), mas daí a trilha sonora é outra, tipo bambalalão.

5.1)


Para Davi Bovolenta, com votos de felicidades e muito amor no ano novo.



sábado, 14 de dezembro de 2013

De-deixa.

A deixa aqui é a seguinte...
Vira e mexe tem vontade de dizer o que não se diz sobre as coisas que as músicas dizem.
Deixa...
Sentir 'de lá de dentro a vontade'.
Se não servir pra mais nada (como se o mundo e todas as coisas que nele se encontram ou nele são encontradas servissem para ter função, servissem pra algo que não fosse tão somente o nada) serve pra dançar mergulhada e deliciosamente (que nem quando a danceteria tá lotada e você nem liga ou quando está entregue adolescentemente no quarto sozinha).
Tem músicas que a gente não sabe se são geniais por conta do clima e da atmosfera que conseguem criar, se pela letra, ou pelo tom de breguice (que é aquela coisa que quase todo mundo na espécie humana burguesa sente, mas tem vergonha de admitir) ou se por outra coisa que você não consegue e nem precisa explicar.

É essa uma dessas, genial em todos e nestes sentidos. E sobretudo no título.
Deixa!




sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Do elo crespo como mola propulsora


14 horas da sexta-feira treze: a missão.
Eu confesso. Hoje tá difícil. Um sono insistente e sou quase um espectro. Aumenta minha capacidade de cometer pasteleiras (termo definidor de minha potencialidade de distração).
Precisando estudar e me sinto desenergizada. Mas vamo lá!

Fiz um café. Na verdade assim, pus água pra ferver. Enquanto rolava a ebulição fiquei na interneta capturando notícias e textos que me interessam. Costumo fazer isso no tempo pré-estudos-pós-almoço que é quando sei que, se começar imediatamente a ler, durmo.
É a hora enrola-sono até que ele desista e resolva passar pra que eu possa continuar a ter vida própria.

A água ficou borbulhante lá na cozinha. E eu, em frente do computador.
Daí vi isso:



Acordei na hora!
No segundo seguinte lembrei de uma música (ah, que novidade!).
Depois da brisa, eletrocutada, pus a música pra tocar e voltei pra cozinha. Passei o café com a conexão dos cachos a todo vapor e com as palavras escorregando nas voltas crespas da cabeça.
Com a xícara quase balde estimulante voltei pra frente do meu mal necessário e, as pontas dos dedos movimentaram a energia acionada no corpo-cosmos e dai: não pensei nisso.
Foi também um bom momento para olhar pros meus dedos decorados de vermelho-alaranjado pela Cris hoje cedo, outra negra linda do cabelo lindo! É mais bonito quando os dedos carregam as palavras com as pontas cheias de verniz. Quem disse que a estética do palavreado não é importante?

Como a missão da sexta feira treze continua, deixo a música de bandeja que relampeou na minha cuca quando vi o vídeo. O café acompanha pois 'meu processo apesar de lento pode fluir'.
E por fim eis me aqui, firme na parceria e na linguagem da meta.
E esse é um texto em primeira pessoa. Ostento agora madeixas mais curtas, porém mais armadas.