sábado, 14 de dezembro de 2013

De-deixa.

A deixa aqui é a seguinte...
Vira e mexe tem vontade de dizer o que não se diz sobre as coisas que as músicas dizem.
Deixa...
Sentir 'de lá de dentro a vontade'.
Se não servir pra mais nada (como se o mundo e todas as coisas que nele se encontram ou nele são encontradas servissem para ter função, servissem pra algo que não fosse tão somente o nada) serve pra dançar mergulhada e deliciosamente (que nem quando a danceteria tá lotada e você nem liga ou quando está entregue adolescentemente no quarto sozinha).
Tem músicas que a gente não sabe se são geniais por conta do clima e da atmosfera que conseguem criar, se pela letra, ou pelo tom de breguice (que é aquela coisa que quase todo mundo na espécie humana burguesa sente, mas tem vergonha de admitir) ou se por outra coisa que você não consegue e nem precisa explicar.

É essa uma dessas, genial em todos e nestes sentidos. E sobretudo no título.
Deixa!




sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Do elo crespo como mola propulsora


14 horas da sexta-feira treze: a missão.
Eu confesso. Hoje tá difícil. Um sono insistente e sou quase um espectro. Aumenta minha capacidade de cometer pasteleiras (termo definidor de minha potencialidade de distração).
Precisando estudar e me sinto desenergizada. Mas vamo lá!

Fiz um café. Na verdade assim, pus água pra ferver. Enquanto rolava a ebulição fiquei na interneta capturando notícias e textos que me interessam. Costumo fazer isso no tempo pré-estudos-pós-almoço que é quando sei que, se começar imediatamente a ler, durmo.
É a hora enrola-sono até que ele desista e resolva passar pra que eu possa continuar a ter vida própria.

A água ficou borbulhante lá na cozinha. E eu, em frente do computador.
Daí vi isso:



Acordei na hora!
No segundo seguinte lembrei de uma música (ah, que novidade!).
Depois da brisa, eletrocutada, pus a música pra tocar e voltei pra cozinha. Passei o café com a conexão dos cachos a todo vapor e com as palavras escorregando nas voltas crespas da cabeça.
Com a xícara quase balde estimulante voltei pra frente do meu mal necessário e, as pontas dos dedos movimentaram a energia acionada no corpo-cosmos e dai: não pensei nisso.
Foi também um bom momento para olhar pros meus dedos decorados de vermelho-alaranjado pela Cris hoje cedo, outra negra linda do cabelo lindo! É mais bonito quando os dedos carregam as palavras com as pontas cheias de verniz. Quem disse que a estética do palavreado não é importante?

Como a missão da sexta feira treze continua, deixo a música de bandeja que relampeou na minha cuca quando vi o vídeo. O café acompanha pois 'meu processo apesar de lento pode fluir'.
E por fim eis me aqui, firme na parceria e na linguagem da meta.
E esse é um texto em primeira pessoa. Ostento agora madeixas mais curtas, porém mais armadas.







domingo, 8 de dezembro de 2013

Quem me dera


Quem a conhece ou desconhece sabe que ela sonha textualmente em linguagem musical. Conhece ou desconhece pois não se pode tomar a parte pelo todo sem articulá-las e menos ainda negar a necessidade de conhecer desconhecendo, de acertar errando, de enlouquecer lucidamente.

É assim que ela pensa muitas vezes. É assim que ela cosmo-visa o mundo. Não só assim, mas bem assim.

Há momentos em que a linguagem é a meta e não a metalinguagem. Este é o caso.
Momento do contraditório, pois se a linguagem quer ser meta de chegada bem que pode ser ponto de partida.

Meti aqui um exemplo do contraditório e da sua afirmação. Poético e político que é pra ser sincera. Pra ser parte. Para estar contida no mergulho que entorpece e emancipa.

Isto é esse post. A contradição como meta paradoxal e o paradoxo como meta. Aquele que quer alcançar todos o lugares e ampliar os sentidos ao mesmo tempo em que não tem a pretensão de chegar a lugar algum. Ou ainda "o além dos além" que nunca ninguém viu como assim falou Estamira.


Assim, hoje a música não é de bandeja e o texto é que vem de brinde. É comum no exercício antropológico e na vivência pessoal-cultural que brindemos nossos mortos. De toda forma, o texto musicado e o texto escrito estão juntos e conectados nela e por ela. Daí a meta dela e da linguagem. E a linguagem da meta dela.

Sobre o brinde aos nossos mortos e mais além, por Boff:
http://leonardoboff.wordpress.com/2013/12/07/o-significado-de-mandela-para-o-futuro-ameacado-da-humanidade/


-----------

A mágica da dádiva é que ela não pára na tua mão. Ela segue em infinitas parcerias.
A meta é tornar infinitas as possibilidades de comunicação e cognição para a liberdade dos seres. E quem dera fazer algum sentido entre os elos da corrente que re-une o humano em sua humanidade.

'Quem me dera não sentir mais medo algum'.