sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Mussum ressuscitado em propaganda.


Da série: notícias de jornal



Mussum em propaganda da VW


Não sou ligada em TV. Menos em propaganda. Mas vale pelo remake da SP do Viaduto do Chá (o Anhangabaú é lugar consagrado de protestos) e pelas "piadinhas" pra ajudar a situar o contexto. A música é groove e lembra a versão do Simonal, cantor e performer negro que ajudou a vender muito carro nos 70 e foi tachado de delator no contexto do regime. A relação entre musica popular, futebol (a seleção de 70 campeã do México ganhou fuscas de Paulo Maluf, prefeito de SP à época, pagos com dinheiro público, óbvio!) e a ditadura também figura na "baratinha" (como eram chamados os fuscas-carros pretos de polícia na época) que no comercial é outro clichê atualizado. Qualquer semelhança com o "Pra Frente Brasil" dos 70 e "Milagre Econômico" dos 80 com o Fusca 2013 e o milagre atual não será mera coincidência: elas não existem. No mundo do capital, além de estímulo ao consumo, propaganda também é memória. Em tempo: gosto de futebol, gosto do Cazé, de fusca, de Led Zeppelin, disco voador, rádio AM, do Mussum e do Simonal. Mas o comercial deve ter sido feito por gente que ultrapassada que acha que as mulheres não sabem nada de carro. Desconhecem o fato básico de que ninguém nessa vida pode saber de tudo.

Em tempo: Dirijo muito bem!